quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Acordei com desejo de escrever ....



Inventar poesias sobre o que estou sentindo, arquitetar uma história sem nenhum significado ou um romance épico com leve toque de comédia culminando num final trágico. Falar de como tem sido a vida, tão corrida e atarefada com o trabalho. Derramar sobre o papel meus mais íntimos segredos, da forma mais escancarada, explícita. Registrar como nunca presto atenção ao ambiente em minha volta, o clima quente da primavera, o som do mar batendo contra as pedras e o cheiro da brisa marinha entrando pelas janelas e exalando por toda a casa. Deixo-me fascinar por toda essa mistura, me perco em um mundo imaginário onde o tempo passa devagar e me encontro sentada em um banco, com apenas papel e caneta escrevendo os meus devaneios diários. De repente saio desse transe e olho para a janela novamente com a imagem do mar e as pedras. Percebo que o tempo não está tão calmo assim, nuvens se aproximam anunciando chuva. Ocorre-me a idéia de discorrer fatos de minha existência nem sempre felizes, como traumas de infância, corações partidos na juventude, decepções na vida profissional, a perda de entes queridos... Ou melhor, descrever a tênue linha que separa a vida e a morte. Lembrar com saudade da época da inocência, um período de minha história que os sorrisos eram verdadeiros e malícia era só uma palavra e até então desconhecida. Pego a caneta rabisco algumas frases e de novo, volto a procurar a inspiração para quem sabe talvez, criar um relato que sirva como um modo de acalmar meus anseios, curar medos e crescer a esperança quase sempre esquecida, deixada em algum canto desse coração tão marcado, vivido...

3 comentários:

Gabrielle Alano disse...

" Pego a caneta rabisco algumas frases e de novo, volto a procurar a inspiração..."

Posso dizer que, praticamente, presenciei isso.. hehe

Amei Reh, sou sua fã!

Nina França disse...

Entre pétalas e espinhos.

É que a vida, moça, tem formas peculiares de nos ensinar.
Ela se transmuta: é tão mãe quanto filha.

E vai seguindo.

Não deixe de olhar a janela, o mar, as onda, o cheiro do passado e curar das feridas...
As marcas são sinaizinhos que não nos faz esquecer do que se passou.

No mais, não me alongo, me sinto prolixa e com vontade de ficar falando, falando, falando por dias sobre esse sentimento que seu texto causou. É bom. São palavras comíveis, de bom gosto, que dá vontade de mais.

=D

Gostei do texto.
Gosto-te.

Eliandson José disse...

Puxa, que desabafo!

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